Quem foi Afonso Costa?



:. Afonso Costa foi um símbolo da I República e o seu nome sempre suscitou, e ainda suscita, ódios e paixões. .:



Afonso costa nasceu em Seia, filho do advogado e conservador do Registo Predial daquela Vila. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1894, doutorando-se no ano seguinte. Foi docente na faculdade de Direito de Coimbra, da faculdade de ciências de Lisboa (1911 a 1913), e no Instituto Superior do Comércio (1915). Estabeleceu-se também, logo depois da formatura, como advogado, exercendo a profissão sem interrupções, quer no foro, quer como consultor jurídico. A sua atividade política começou ainda este era estudante. Colaborou com os conspiradores de Coimbra aquando da revolução de 31 de Janeiro de 1981. Foi eleito deputado pelo Porto nos anos de 1899 a 1890, concorrendo com candidato republicano às eleições legislativas de 1900, 1901, 1904, 1906 em diante. Voltou a ser eleito em 1906 por Lisboa onde permaneceu até às últimas eleições da I República.Tanto no Parlamento como fora dele, em comícios ou outras manifestações politicas, revelou-se um dos maiores oradores do tempo, impondo-se contra as instituições monárquicas conquistando enorme popularidade como adversário nº um do regime. Fez igualmente parte dos quadros do Partido Republicano Português. Conspirou contra a ditadura de João Franco, tendo sido preso e só libertado após o regicídio de 1908.  Participou igualmente nas várias conspirações que se lhe seguiram, a última das quais levou à revolução de 4-5 de outubro de 1910. Com o novo regime, foi ministro da justiça no Governo Provisório (1910-1911), devendo-se-lhes leis famosas como a expulsão das ordens religiosas, a lei da imprensa, do divórcio, do inquilinato, da família, registo civil, da separação, da proteção às crianças, e muito mais. Em Outubro de 1911, aceitou a chefia da ala esquerda do desmembrado Partido Republicano, passando a chamar-se Partido Democrático. De Janeiro de 1913 a Fevereiro de 1914 chefiou, pela primeira vez, o Governo, sendo igualmente responsável pela pasta das finanças. Promulgou a nova lei da contribuição predial introduzindo o imposto progressivo, remodelou o sistema monetário, extinguiu o défice orçamental e criou o Ministério da Instrução Pública. Mais tarde, foi opositor acérrimo do governo ditatorial de Pimenta de Castro, cooperando ativamente na conspiração que levou à revolta de 14 de Maio de 1915 e ao seu derrube. Em Outubro de 1915 preparou a entrada de Portugal na I Guerra Mundial (Março de 1916). Renunciou à Presidência, ficando apenas com a pasta das finanças no Governo da “União Sagrada”, presidido por António José de Almeida. Voltou a chefiar o Governo, pela 3 vez, em abril de 1917, num momento conturbado, que levou à revolução vitoriosa de Sidónio Pais em dezembro desse ano. Afonso Costa foi então preso durante três meses sem culpa formada. Quando foi colocado em liberdade exilou-se em França (abril de 1918), tendo fixado residência em Paris. Expatriado, desempenhou funções diplomáticas de relevância, como presidente da delegação Portuguesa à Conferência de Paz (1919-1920), como representante de Portugal na Sociedade das Nações Unidas (1920, 1925 a 1926) e em numerosas conferências internacionais. Em 1927, passou à oposição, dirigindo ou colaborando até 1937 em numerosas tentativas para derrubar a Ditadura e o Estado Novo. Fez igualmente parte da Maçonaria, vindo a morrer em 1937 no exílio em Paris.      

Fonte: Visão - Figuras Portuguesas do século XX   

Autor: Luis Filipe
Data: 2011-10-08


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